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Astrologia e Constelações Familiares

Uma parceria eficaz na cura de emaranhamentos

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Durante o ano de 2014 cursei uma formação em Constelações Familiares e encontrei um caminho que há muito procurava. E agora em 2018, passei a ser facilitadora em Constelações Familiares e estou completamente envolvida com o assunto.

Tudo começou em 1997, quando já atendia há alguns anos e escolhi o tema da consulta astrológica para me apresentar, pela primeira vez, num congresso de Astrologia. Meu tema era A CONSULTA ASTROLÓGICA – UM ENCONTRO SAGRADO. O tema da consulta individual sempre me fascinou, porque a Astrologia, como sistema de pensamento, tem várias aplicações, mas é como ferramenta de atendimento individual que ela obtém uma de suas melhores performances.

Quando alguém procura um astrólogo está em busca de harmonia e mesmo que não saiba, disposto a se entregar, a se deparar com não sabe bem o quê, disposto a abrir sua alma, expor seus interiores, escarafunchar o inconsciente. Cabe ao astrólogo captar e tentar transmitir a magia deste encontro, que é algo que tange o sagrado, o numinoso, o sublime.

Na mitologia grega, fazer uma consulta ao Oráculo de Delfos era ir ao encontro de um refúgio onde reinavam a harmonia e o equilíbrio, pousados na máxima Conhece-te a ti mesmo, escrita na porta do templo. A consulta ao oráculo era respondida pela Pítia ou Pitonisa, que descia às regiões subterrâneas, o umbigo ou centro da Terra, onde era possuída por Apolo, o guardião do oráculo. Uma vez lá, a sacerdotisa captava a vontade divina e retornava com a resposta.

Traduzindo: a Pitonisa descia ao centro da Terra (o inconsciente) e, tomada de êxtase e entusiasmo, traduzia a vontade de Apolo (o self), o Deus da luz e da consciência, ao seu consulente. Regendo a luz e as sombras, ou o consciente e o inconsciente, Apolo era realizador do equilíbrio e portador da harmonia dos desejos. Ele visava a orientar as pessoas no desenvolvimento da autoconsciência. Apolo é o Sol do nosso mapa, que simboliza a luz da ida, a expressão maior da existência, a própria consciência. Mas é preciso registrar também a presença de Dionísio, que por ocasião de umas férias de Apolo, tomou conta do oráculo e imprimiu à consulta o êxtase e o entusiasmo – que significa ter Deus em mim. Dionísio ou Baco é o herói do signo de Peixes, cujo regente é Netuno. Por isso é que fazer uma consulta ao oráculo é uma experiência que açambarca a consciência, Sol e a sensitividade mediúnica, Netuno. Isso comprova que o momento da consulta é uma experiência sagrada e numinosa.

Em muitos casos, ao final do atendimento, o astrólogo precisará encaminhar o cliente pra outras atividades que complementem o seu trabalho. É importante que o profissional conheça outras práticas terapêuticas que possam ser indicadas, ou ainda, outras áreas e outros profissionais cujos trabalhos possa recomendar: terapeutas, acupunturistas, médicos, psicanalistas, massagista, personal trainer, homeopata…. E não há ninguém melhor que o astrólogo pra fazer tais indicações, uma vez que adquiriu um conhecimento profundo a respeito do cliente.

Sempre me preocupei com a etapa posterior à consulta e busco orientar o pós-consulta, quando percebo que o cliente necessita. Desde aquele tempo, eu buscava algo que pudesse fazer intervenções terapêuticas pontuais que ajudassem o cliente, sem que fosse, necessariamente, uma psicoterapia. Psicoterapia ou psicanálise não é pra qualquer um por serem processos longos e profundos, que demandam disponibilidade emocional, mas também intelectual, para compreender a si mesmo como indivíduo e como ser social, cidadão do mundo e do universo, buscando não só refletir a seu respeito, como também evoluir filosófica e politicamente falando, através do processo terapêutico.

E foi nas Constelações Familiares que encontrei o método que buscava e que permitisse intervir terapêutica e pontualmente nos emaranhados existentes na vida do cliente, que posam estar obstaculizando seu destino e desenvolvimento. O trabalho das Constelações Familiares visa ajudá-lo a desenosar, desatar ou desfazer esses emaranhados. Era exatamente o que eu buscava pra complementar o meu trabalho.

O que são Constelações Familiares?

Costumamos pensar em nós mesmos como seres individuais, a tônica das sociedades do Ocidente, em que o eu e a subjetividade estão sempre à frente e acima de todas as coisas. Não nos damos conta do quanto estamos envolvidos em diversos grupos sociais ou sistemas tais como o familiar, o da empresa que trabalhamos, o da cidade em que vivemos, do país em que nascemos, da religião que praticamos, da classe social a que pertencemos e assim por diante. Mas de todos os sistemas de que fazemos parte, o mais básico e nuclear é a família, fonte da vida e de todos os nossos problemas e soluções.

CF é um método desenvolvido pelo filósofo, teólogo, educador e psicoterapeuta Bert Hellinger (BH, 1925), de origem alemã, bastante conhecido na Europa, nos EUA, América Latina e Brasil.

BH, que tem 92 anos atualmente, observou a natureza, incluindo a humana, seus relacionamentos e conflitos, por mais de 60 anos. Hellinger percebeu que muitos dos conflitos vividos pelo ser humano podem advir da própria família, se ali estiverem atuando destinos enviesados que influenciam todos os seus membros. Os sistemas familiares promovem vínculos entre os membros de uma mesma família, que podem ser invisíveis, porém muito fortes. Tais vínculos fazem com que os destinos sejam compartilhados por todos os membros do sistema, como num organismo em que todas as partes se interdependem porque estão em conexão.

A CF é uma dinâmica de grupo em que o constelante monta sua própria CF, escolhendo outras pessoas do grupo que representarão seus familiares. O passo seguinte é posicionar essas pessoas de acordo com a imagem interna que possui do seu sistema familiar. Em seguida, o constelante se senta e observa. O que mais surpreende nas CF é que tais pessoas, que representam os membros de sua família ou sistema, se sentem e se comportam como as reais. E, tão logo se encontrem no campo do sistema familiar, passam a atuar como se fossem os membros originais, inclusive às vezes chegando mesmo a sentir sintomas físicos de quem representam.

O que realmente ocorre ali é a revelação de emaranhados familiares que são trazidos à luz, muitas vezes de forma surpreendente e imprevisível. Essa terapia sistêmica é fenomenológica e revela, ou melhor, desvela se existe alguém que esteja emaranhado em destinos de membros anteriores daquela família. Trazendo tais emaranhados à luz, a pessoa pode se conscientizar e se libertar mais facilmente deles.

Emaranhamento significa que alguém na família retoma e revive inconscientemente o destino de um familiar que viveu antes dele. Por exemplo, se numa família o pai morreu cedo, cada membro vai reagir a isso ao seu modo. E se um dos membros tiver a necessidade de seguir esse pai na morte, mesmo que de forma inconsciente, esse ímpeto pode afetar a todos, gerando desequilíbrios, nós, emaranhados que a família toda sente e compartilha, mesmo que inconscientemente. O papel do constelador é facilitar a CF e ajudar o cliente a desenosá-los.

Há uma consciência de grupo, uma consciência de clã que influencia todos os membros do sistema, pais, filhos, avós, irmãos dos pais e até outras pessoas que tenham se tornado membros da família como maridos, noivos, genros. Se qualquer dos seus membros foi tratado de forma injusta ou discriminada, existe no grupo uma necessidade irresistível de compensar isso: a injustiça cometida em gerações anteriores será sofrida e representada por alguém da família na atualidade, para que a harmonia seja restaurada novamente no grupo. É uma compulsão sistêmica à repetição e, da mesma forma, ao retorno da ordem.

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